
Debates
Sociopatia vs Psicopatia

O tema da sociopatia e da psicopatia já foi um pouco abordado nesta disciplina, no entanto, eu vou tentar explorar mais esse tema, dado que o achei interessante.
Para muitas pessoas, os termos sociopatia e psicopatia são sinónimos, mas isto não é verdade como iremos perceber. Começando pela etimologia, a palavra sociopata, deriva de "socio", derivado de "societas" que significa sociedade e "pata", o sufixo originário do grego "pathe" que remete para sofrimento. No caso da palavra psicopata, esta deriva de "psykhe" que significa mente e "pata". Ambos os psicopatas e os sociopatas sofrem de Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS), que é uma condição em que o doente revela baixa empatia com outros indivíduos, sendo também, normalmente, egoísta, interesseiro e manipulador.
A psicopatia costuma originar-se já desde o início da vida e pode ser acompanhada de características, como uma menor dimensão do córtex pré-frontal. Alguns cientistas até atribuem a psicopatia a algo hereditário, isto é, a psicopatia pode estar relacionada com um determinado tipo de gene ou genótipo. Os psicopatas costumam ser mais difíceis de localizar do que os sociopatas, pois costumam ser mais inteligentes, educados e aparentam ser simpáticos. No entanto, estes não possuem empatia e culpa, portanto, não costumam formar ligações interpessoais que lhes criem laços de apego. Devido ao facto destas pessoas serem, normalmente, bastante inteligentes e não possuírem empatia, eles costumam desprezar a importância das outras pessoas e manipulam-nas. Devido a isto, os psicopatas são mais difíceis de localizar, pois são calculadores e costumam esconder melhor os seus crimes. Para mim, os psicopatas são mais assustadores, pois, são mais astutos e difíceis de localizar, o que pode levantar a questão de "será que alguém que conheço é um psicopata?", uma ideia que já vi retratada em séries. Estes são mais raros que os sociopatas e constituem, aproximadamente, 1% da população.
A sociopatia é desenvolvida durante a vida do indivíduo, sendo associada à educação e ao contato do indivíduo com a sociedade. Os sociopatas podem possuir um pequeno grau de empatia ou culpa, especialmente com pessoas a quem são próximos, o que, por vezes, permite-lhes sentirem culpa por alguns dos seus atos. Curiosamente, os sociopatas costumam ser explosivos e espontâneos, o que lhes dificulta a vida e a adquirição de empregos, o que pode agravar a situação mental caso não seja tratada. Os criminosos sociopatas costumam ser mais fáceis de localizar e deixam mais evidências que os psicopatas, pois os crimes são de origem mais espontânea. Os sociopatas são também mais comuns que os psicopatas e, aproximadamente, 4% da população enquadra-se no grupo dos sociopatas.
Em suma, os psicopatas possuem uma personalidade mais fria e calculadora, um exemplo pode ser Ted Bundy, um homem que atraia mulheres para a sua carrinha com o seu carisma e depois as violava e matava, dizendo até a famosa frase "Nós, serial killers, somos seus filhos, somos seus maridos, estamos em toda parte. E haverá mais das suas crianças mortas amanhã. ". Enquanto que os sociopatas são mais impulsivos e possuem mais empatia que os psicopatas, um exemplo destes pode ser Charles Manson, que inspirou uma cultura pop ao seu redor, que inclui filmes como "Manson Family", "Charlie Says" e "Life After Manson".
Animais de estimação e a Mente Humana
Eu resolvi falar sobre o efeito dos animais de estimação nas famílias que os adotam, pois recentemente eu e a minha família adotámos uma gata. Deste modo, neste debate irei, além de me basear em sites e estudos, dar também a minha opinião sobre este assunto.


A primeira instância, acho que a maior parte das pessoas acreditam que os animais têm um efeito positivo nas suas famílias, mas será que isto é verdade? Será que ter animais de estimação é apenas uma maneira de nos tornarmos mais próximos de alcançar a felicidade ou será que estes também podem ter efeitos negativos nas famílias que os acolhem?
A verdade é que, já foi cientificamente comprovado que os animais de estimação têm efeitos positivos na mente dos seus donos, como a redução de stress, depressão e ansiedade. Estudos realizados pela Human Bond Research Institute (HABRI) revelam que, de duas mil pessoas com pets, 74% relataram uma melhoria na saúde mental por causa dos seus animais e, dessas duas mil, 75% relatam conhecer um amigo ou familiar cuja saúde mental melhorou ao arranjarem animais de estimação. O bem-estar que os animais promovem vem de vários fatores: a diminuição da sensação de solidão, o que ajuda na autoestima; redução do stresse; fortalecimento do sistema imunológico; redução de doenças associados ao coração; aumento do senso de responsabilidade; etc. De um modo mais científico, os pets ajudam a promover uma melhor saúde mental e física, porque a interação com eles leva a uma maior produção de hormonas como a oxitocina, a prolactina e a serotonina, que melhoram o humor. Esta capacidade que os animais têm é utilizada na Zooterapia, uma técnica utilizada em alguns hospitais que consiste na utilização de animais para despertar emoções benéficas para a recuperação corporal.
No entanto, também existem alguns efeitos colaterais de ter um animal de estimação, por muito poucos que sejam, estes são: o sentimento de perda que chegará após o animal falecer; os danos que poderão ser causados à casa; ter de gastar tempo a tratar das necessidades de um outro ser vivo, podendo em alguns casos ser anti-higiénico. Claro que, face aos benefícios, estes fatores podem ser quase que ignorados, no caso das necessidades, ou existem sempre em qualquer relação de dois seres vivos, no caso da possível morte.
No meu caso, nós arranjámos uma gata chamada Hera com pouco mais de um ano e que, mesmo tendo uma idade um pouco alta, se adaptou à vida connosco muito facilmente, por exemplo, no primeiro dia dela na nossa casa já ia para o nosso colo. Ainda assim, não foi tudo um mar de rosas, pois os nossos sofás já começaram a sofrer por causa dela, o que acabou por chatear um pouco o meu pai. Mesmo estando na nossa casa há menos de duas semanas, eu posso dizer que já sinto alguns dos efeitos positivos dela em mim, pois fico mais feliz quando nós interagimos ou brincamos, também passo um pouco menos de tempo no computador e julgo que ganhei um maior senso de responsabilidade ao cuidar dela.
Em suma, um animal de estimação tem sim efeitos positivos nas suas famílias ao nível do psicológico e físico. Algo que posso confirmar por experiência própria.

Guerra e Atrocidades
A guerra entre grupos de seres humanos é algo dito por muitos como inevitável e um conceito tão antigo como a própria história humana. Fora as mortes dos soldados, as guerras levam também à miséria das populações na forma de fome, pestes, discriminação e mortes. Neste debate tentarei chegar a conclusão do que é que torna as guerras tão mortais e se é possível ter uma guerra mais contida ou sem crimes de guerra.

Muitos acham que as guerras são parte da natureza humana, até porque elas têm sim, alguns benefícios para os vencedores. As guerras são intensos conflitos armados entre estados, governos, sociedades ou grupos paramilitares como é o caso de mercenários. Estas são caracterizadas por serem uma fonte de extrema violência, destruição, fome e doenças, não só para os soldados, mas também para os cidadãos comuns. Estas ocorrem por diversos motivos, mas os principais motivos incluem: poder; localizações estratégicas (caso da Dinamarca na Segunda Guerra Mundial); riqueza, na forma de recursos naturais, bens e território; imposição de ideais de origem religiosa, ética, política ou económica; por classes sociais, isto é, devido aos confrontos entre classes sociais (origem de muitas revoluções).
Mesmo assim, será impossível ter uma guerra sem crimes de guerra? A resposta é não, não é possível ter uma guerra sem que esta resulte nestes tais crimes, pois estes têm origem devido á descriminação, raiva, vingança ou ideais dos indivíduos que as cometem, por exemplo, muitas das pessoas que se acham incapazes de cometer crimes, quando frente à violência da guerra acabam por os cometer. Este facto está ligado principalmente aos fatores de influência social, isto é, à normalização (devido às normas criadas pela sociedade que nos levam a agir de determinada forma, ainda que esta não seja considerada ética por uma outra cultura), ao conformismo (que é causado pela pressão de grupo quando vemos os nossos colegas a cometerem atrocidades) e à obediência (quando alguém acima de nós na hierarquia nos dá ordens para agir de uma determinada forma, como é o caso de muitos soldados Americanos ou Nazis que cometeram crimes de guerra e acabaram por se defender ao dizer "estávamos apenas a cumprir ordens"). Isto tudo pode ser observado através das experiências de Asch ou de Milgram, pois provaram que frente à pressão de grupo e frente às ordens de alguém a quem confiamos podemos quebrar barreiras éticas que antes não nos imaginaríamos a quebrar.
Ainda assim, não é impossível ter uma guerra mais controlada e menos mortífera, algo que é demonstrado na atualidade, através de organizações de ajuda humanitária que auxiliam as populações que mais sofrem com estes conflitos ao doarem bens essenciais aos refugiados. Além disso, com a evolução da mentalidade das populações para um lado mais positivo. este tipo de crimes é visto cada vez mais negativamente, algo observado quando o próprio governo ou exército é criticado pelas ações não éticas tomadas numa guerra ou numa "intervenção militar" pela própria população ou comunidade mundial. Isto tudo, juntamente ao facto de com o tempo o número de guerras ter diminuído à volta do mundo, poderá resultar num futuro em que as guerras são cada vez mais controladas ou num onde não ocorrem estes conflitos. No entanto, ainda estamos longe de alcançar esse possível futuro, como vemos através das guerras que ainda existem no mundo, como a da Rússia/Ucrânia.
Em suma, apesar de ser impossível de separar a palavra guerra da palavra miséria, não é impossível reduzir a ocorrência destas duas, ao criticar e aplicar castigos aos países e aos governos que as suportam, ao apoiar as organizações humanitárias e ao espalhar uma mentalidade mais "antiguerra" ou de maior camaradagem entre os vários países do mundo, por assim dizer. Isso tudo pode então culminar num futuro onde o mundo está livre de guerras e das desgraças destas.
Pessoa vs Situação
Neste tópico irei explicar o debate "Pessoa vs Situação", isto é, o debate sobre o que discute sobre o que é mais importante para decidir o comportamento de alguém a pessoa ou a situação? Esta é uma das maiores controvérsias no mundo da psicologia e é algo que vou tentar explicar, ao falar sobre as posições mais influentes neste problema, que são a dos situacionistas, a do modelo das características e a dos Interacionistas, apesar desta perspetiva ter entrado mais tarde nesta discussão. Terminando então com uma conclusão e a exposição da minha opinião.
Os situacionistas acreditam que o fator mais importante para o comportamento dos seres humanos em determinadas situações é a própria situação, isto é, as nossas ações são influenciadas por fatores externos e não tanto por fatores internos como a nossa motivação. Deste modo, situacionistas argumentam que as experiências passadas, as nossas disposições e sentimentos não têm um efeito tão grande em como iremos agir numa determinada situação face ao efeito da situação em si. Esta perspetiva é suportada por teorias como a experiência da Prisão Stanford de Zimbardo, que, como sabemos, terminou com todos os guardas, quer estes tenham fortes valores ou não, a praticar algum tipo de abuso com os seus colegas que fingiam ser prisioneiros.
O modelo das características é uma perspetiva contrária à dos situacionistas que considera os fatores internos como aqueles que têm mais influência em como vamos agir numa determinada situação. Deste modo, este modelo defende que as nossas características internas estáveis como os pensamentos, emoções, ideais e comportamentos anteriores têm um grande impacto sobre em como vamos proceder numa determinada situação. Esta teoria é suportada pela consistência encontrada em como reagimos em determinadas situações face às outras pessoas, por exemplo, quando em situações de extremo perigo algumas pessoas entram em pânico total, enquanto outras conseguem manter algum nível de controlo.
A perspetiva dos interacionistas perceciona o comportamento social como sendo um produto interativo entre o indivíduo e a situação, isto é, que o nosso comportamento em determinadas situações é definido pela nossa personalidade e vice-versa. Esta perspetiva também defende que as pessoas normalmente escolhem ou acabam em situações que refletem as suas personalidades e que as pessoas podem mudar a forma como agem em determinadas situações após refletirem sobre o resultado das suas ações.
Em suma, as perspetivas dos psicólogos face a este debate podem estar divididas nas três teorias que expus, ainda que, atualmente, acha uma aceitação de que tanto a situação quanto a personalidade do indivíduo podem ter influência no comportamento. Pessoalmente, eu estou mais de acordo com a perspetiva dos interacionistas, pois para mim é quase impossível imaginar uma situação em que reagimos de uma maneira que excluí a nossa personalidade ou de uma outra forma que tem apenas em conta a nossa personalidade excluindo a gravidade da situação.
